Época de Natal faz todo mundo ficar mais bonzinho que o normal. É o tal espírito natalino.
Acho que o tempo tem entupido esse clima fraternal em alguma parte de mim que não alcanço. É que antigamente, mal chegava dezembro a aura natalina já havia me embrulhado pra presente. Eu era toda empolgação, irmandade e panetones. Não sou mais.
Descobri isso na sexta-feira, enquanto esperava o sinal ficar verde no cruzamento da alameda Ministro Rocha Azevedo com a avenida Paulista.
Estava lá eu, parada dentro do carro, quando um menino carregando uma caixa de chicletes bateu no vidro com a pergunta “tia, qual é a capital da França?”. Permaneci olhando para ele, provavelmente com cara de besta, enquanto pensava “o que esse menino tá falando?!”. Uns dez segundos depois, respondi “Paris” e ele me passou a rima: “compra esse chiclete pra fazer um menino feliz?”.
Dei risada, agradeci e disse que estava sem dinheiro, não comprei. O sinal abriu, engatei primeira e fui. Perdi a chance de dar vazão ao espírito do Natal; deixei de fazer um menino feliz e fiquei com isso na cabeça.
Preciso desentupir minha fraternidade.
Acho que o tempo tem entupido esse clima fraternal em alguma parte de mim que não alcanço. É que antigamente, mal chegava dezembro a aura natalina já havia me embrulhado pra presente. Eu era toda empolgação, irmandade e panetones. Não sou mais.
Descobri isso na sexta-feira, enquanto esperava o sinal ficar verde no cruzamento da alameda Ministro Rocha Azevedo com a avenida Paulista.
Estava lá eu, parada dentro do carro, quando um menino carregando uma caixa de chicletes bateu no vidro com a pergunta “tia, qual é a capital da França?”. Permaneci olhando para ele, provavelmente com cara de besta, enquanto pensava “o que esse menino tá falando?!”. Uns dez segundos depois, respondi “Paris” e ele me passou a rima: “compra esse chiclete pra fazer um menino feliz?”.
Dei risada, agradeci e disse que estava sem dinheiro, não comprei. O sinal abriu, engatei primeira e fui. Perdi a chance de dar vazão ao espírito do Natal; deixei de fazer um menino feliz e fiquei com isso na cabeça.
Preciso desentupir minha fraternidade.
4 comentários:
Sinceramente eu admiro gente como tu e os outros que conseguem resistir nas grandes urbes.Acredite que não é ironia.
Afinal as cidades são produtos nossos e tem de certeza muita coisa boa por aí. E existe poesia!
Paris com Feliz.
Ao mesmo tempo recebi a constatação do alheamento que a cidade cria, proporciona, através do seu simples/ profundo relato
Abraço
Kim
os faróis de SP escancaram a morbidez de nosso cotidiano. Confusos, não sabemos nem ao certo se subimos ou descemos o vidro do carro
Olha, Kim, essa resistência tem limites. Mais dia menos dia, se a gente não tiver um refúgio, acaba enlouquecendo. Hoje, sexta-feira às vésperas do Natal, vc não faz idéia do trânsito insano que tomou São Paulo.
O Fabio, no comentário acima, explica bem o que se passa na gente dentro do carro em meio à morbidez cotidiana, né Fabinho? Dá vontade de largar tudo e sair correndo!
Beijos e abraços
desentope sim...
eu às vezes tenho dúvida se realmente quero desentupir...sei qdo isso pode acontecer, estou só pensando se vale a pena...
beijos
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