24 de novembro de 2011

Meu DNA não é de chimpanzé

Existe o padrão. Segue-o ou rompe-se com ele. A mim pouco importa, desde que a escolha reverbere o desejo da alma. De nada vale seguir por um rumo pintado por outro. Tampouco romper com tudo pelo rompimento em si e mais nada.

Há que se ter embasamento na vida, se não tudo fica vazio e o viver, vão – desperdiça-se o ser gente. Se o DNA me difere do chimpanzé uns poucos %, que a minha capacidade de escolha seja essa diferença.

E que reflita a alma, a despeito de tudo de sensato e de delirante que haja ao meu redor.

22 de maio de 2011

Liberdade de verdade

Liberdade é coisa pra dentro. É coisa que se conquista sobre si mesmo, não sobre o mundo. Quem crê no viver independente do outro se engana: vive sem laço e não percebe que chama de liberdade o que é solidão. Porque gente precisa de gente – é de interação que se alcança plenitude.

Liberdade de verdade é ser fiel a si. É colocar-se no mundo de acordo com o que faz sentido para si, mesmo quando não tem nexo para o outro.

Essa liberdade de verdade é quase uma coragem... talvez seja coragem em máxima potência.

Às vezes acontece de a gente ter só duas opções. Uma é atender expectativas externas e trair a própria alma. A outra, segurar o mundo no peito e se transformar no que é.

Em princípio, ambas são dor. Mas dependendo da opção, a dor se transforma em entendimento e a gente passa a enxergar a alegria de ser fiel a si.

Afinal, liberdade de verdade é cada um carregar as pedras que lhe pertencem, e de mais ninguém.

Viva a liberdade.

14 de maio de 2011

Ex
ponho-me

Para quebrar ao meio a casca, primeiro me espalho. Em mim já não caibo. Espremida na velha parede - não sabia! -, aquela parede não sou mais.

A parede é eu no passado, é fui. E o que fui virou casca. Expando-me.

À força quebro a casca, parto o que fui em dois: agora era. Desfaço-me da fronteira conhecida e, então, sou.

Renasço. Me re-conheço. Refaço meus contornos no espelho e com eles traço uma nova verdade.

Exponho-me. Amo você.