30 de agosto de 2009

Um horizonte e quatro palavras


VENHA PARA ALTO PARAÍSO!

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10 de maio de 2009

por dentro de Alice

Cobram-lhe coerência. Em suas ações, pensamentos e emoções ambivalentes combram coerência. E na cobrança vai a súplica - quase chorosa é a súplica - por um vestígio de nexo próprio.

"Coerência é quando o que a gente sente combina com o que a gente pensa?" A interrogação move Alice.

Por quê?

Porque cada pensamento que a cabeça de Alice pensa é o extremo oposto do sentimento que o coração de Alice sente. Entendeu? E assim, como acontece com muitos, Alice facilmente se perde nas ambivalências do espírito, fazendo escolhas sem nexo.

E quando metade dela é amor, a outra metade não sabe o que sente.

18 de abril de 2009

O que irá nos acontecer

O Brasil tem a patente de uma tecnologia barata e de fácil desenvolvimento, capaz de produzir água doce a partir da água dos oceanos. Ou seja: a temerosa escassez de água não é tão temerosa assim, você sabia? Eu não fazia nem idéia disso, mas quem contou foi o jornalista e professor Márcio Pugliesi, filósofo, advogado e professor da PUC-SP.

Ele esteve batendo um papo hoje (18) com o jornalista Heródoto Barbeiro e com os especialistas em Relações Internacionais Salem H. Nasser (FGV) e Gunther Rudzit (Faap) no teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (SP).

O debate precedeu o lançamento do livro “
O novo relatório da CIA, como será o amanhã” (Geração Editorial, 192 págs., R$ 29,90), com introdução assinada pelo Heródoto. Só que a conversa não foi sobre o livro em si, mas sim sobre os principais pontos do relatório.

Mas que raio de relatório é esse?

Trata-se de uma produção do
National Intelligence Council (NIC), grupo formado por 16 agências de inteligência. Uma delas (e a principal) é a CIA. Você sabia que os EUA têm esse monte de agências de inteligência? Nem eu.

Enfim, esse relatório é o quarto produzido pelo NIC e segundo publicado no Brasil. Nele é apresentado o que esse grupo e mais um monte de especialistas americanos e não americanos projetam para o mundo até 2025.

Muito bacana de ler – mas SEMPRE usando a crítica, como lembra Salem Nasser. “Ao produzir e divulgar essas informações se quer também influenciar os acontecimentos que moldarão o futuro.”

Vou ler, depois eu conto.

5 de abril de 2009

Balada multi

Falaram muito da qualidade multimídia do Skol Sensation, que rolou neste 4 de abril, no Anhembi. Foi um evento multi tudo.


Quando você comprava o convite, levava junto dois passes de metrô. Quem optou pelo transporte público contou com ônibus grátis que levavam a galera da estação Tietê para o Anhembi. Esperto quem fez isso. Eu não fiz e na volta fiquei parada com milhares de pessoas num tremendo congestionamento, logo às 7h da manhã.

Achei bem medida a quantidade de caixas e bares, e uma alternativa bacana os carrinhos – tipo os que vendem sorvete na praia – que se embrenhavam no meio da pista vendendo cerveja.

Não vi nenhuma confusão, muito pelo contrário. O branco das vestes contaminou o espírito da balada. A paz reinou em meio a sonzeira misturada ao alucinante show de imagens, luzes, chafarizes d’água e performances de dançarinas, contorcionistas e seres fluorescentes – algumas atrações lembravam o Cirque du Soleil.



Enquanto tô aqui escrevendo sobre o evento, vejo no Twitter link para a crítica da Rolling Stone. Discordo geral. Pro meu gosto a atração fez jus à propaganda, cumpriu a promessa de experiência inédita.

Em termos musicais, gostei muito da apresentação de Fedde Le Grand e, mais tarde, de Ferry Corsten, mas o auge da balada foi o Megamix – meia hora de clássicos da música eletrônica. Quem participou do “movimento” lá nos idos de 1998 / 2000, foi ao delírio nessa meia horinha.


Como disse lá em cima, a estrutura armada foi mega e multi. Só duas coisas me pareceram estranhas. Primeira, a entrada com chiclete, pirulito e bala (as legais, ok?) era proibida (!?!). Logo no portão a mocinha que me revistou cutucou meus bolsos, mexeu na bolsinha que eu levava e perguntou “vc tá levando halls, chicletinho, pirulito...?”. Não entendi...

A segunda foi a falta de lixeiras, zero lixeira na balada (salvo nos banheiros). Sem ter onde deixá-los, os copos plásticos foram direto pro chão. No acender das luzes, lá pelas 6h, o piso do Anhembi fora coberto por um tapete de copinhos.

fotos 1, 2 e 3: divulgação
foto tapete de copinhos: eu, do celular

29 de março de 2009

Uma baforada, por favor

Muitas vezes resisto a escrever aqui coisas que digam respeito a mim. É que não quero fazer do blog um diário virtual. Não pretendo abrir geral, tenho cá meus pudores, não sou livro aberto. Só deixo entrar na minha vida quem me faz querer escancarar portas e janelas.

Filosofices à parte, vou falar de uma coisa minha de que já falei por aqui: meu vício, o tal costume nocivo, a conduta danosa que se esvai em fumaça.

Larguei os tragos há exatos 54 dias. Muito bom, parabéns pra mim e tal, mas o não fumar me deixa tão ansiosa... rola uma dificuldade de me concentrar em qualquer coisa além do trabalho.

É estranho: ao longo do dia, trabalho feito maquininha, numa boa, sem em lembrar que cigarro existe. Mas, quando chego em casa e tento sentar pra ler um livro, ou pra escrever alguma coisa aqui no blog, ou pra fazer qualquer outra coisa que me desanuvie a cabeça, travo. Lembro da porcaria do cigarro, que nessas horas de relax era o mais leal dos companheiros, e travo. É como se sem o cigarro me faltasse também inspiração para a tranqüilidade.

Mas sigo firme no propósito. E, quando alguém fuma por perto, uma bizarrice me enche de alegria: peço que dê uma baforada bem na minha cara. O cheiro da fumaça pra mim é perfume. Adoro.

Acho que com o tempo isso passa, né?

28 de março de 2009

voltando pra casa

depois de dois meses e pouco longe daqui. O tempo tá correndo de mim, não sei pra onde. Vou em seu vácuo e acabo sempre chegando a algum lugar. Agora voltei para aqui - e vou tentar ficar.

18 de janeiro de 2009

Era uma vez um Obama encantado

Em 1996, a fotógrafa Mariana Cook trabalhava em um projeto sobre casais na América. Junto com a foto, Cook colheu um breve depoimento sobre a rotina da vida em comum, os sonhos, as aspirações e o modo como os pares se percebiam.

A
New Yorker desta semana traz uma das fotos do projeto. Tirada em Chicago em maio de 1996, um jovem casal de sobrenome Obama discorre sobre a vida a dois e amenidades cotidianas.

Michelle, por exemplo, conta que o marido tem aspirações políticas, coisa que a deixa aflita. Segundo ela, Obama é um “cara bacana demais” para o ceticismo e a brutalidade do meio. Ela mesma assume um “pé atrás” em relação à política.

Já ele fala da capacidade de Michelle em surpreendê-lo. Um Obama apaixonado conta que nos olhos da mulher “tremendamente forte” e confiante que ela é, consegue enxergar um quê de vulnerabilidade que surpreende e é imperceptível para quem a vê de fora. “Eu confio integralmente nela, mas ao mesmo tempo ela é um completo mistério para mim em alguns aspectos.”

É interessante ver o cara que depois de amanhã passará a carregar a responsabilidade do mundo nas costas falando da intimidade de seus sentimentos, absolutamente encantado pelo amor.

Será indício de uma Casa Branca mais humanizada?

11 de janeiro de 2009

W. Bush -quem diria!- aquece economia turca

Quem viu a notícia? Depois da quase sapatada que o W. Bush levou daquele jornalista iraquiano, o dono da empresa fabricante do calçado rebatizou seu produto.

Agora, o Modelo 271 se chama Bye Bye Bush:

Segundo a nota que vi no G1, o sucesso de vendas é tamanho que obrigou o industrial a contratar 100 novos funcionários.

Agora sim, W. Bush pode dizer que conseguiu em algum momento de seu governo dar um up na economia internacional.

Falando nele, você já viu a contagem regressiva para o
National bye bye Bush day?

Foto: AFP

3 de janeiro de 2009

Parco

Essa obrigação acinzentada, esse dever opaco de abdicar de um hábito...um hábito que com a insistência de anos e anos virou vício. E a verdade por detrás do vício: o costume nocivo, a conduta danosa, o ato diário de autodesamor que se esvai em fumaça. Por outro lado, uma frase de Clarice: "Mas como deixar de fumar? O calor humano é tão parco...”.


João Gabriel Maracci