17 de dezembro de 2007

Leia-me

Sentei-me, cansada de discussões via MSN e e-mail. Se bater boca cara a cara é desgastante demais, por escrito me dá preguiça.

Cansei de tentar me fazer entender e acabar frustrada por suas interpretações errôneas. Talvez eu não tenha capacidade de explicar o que sinto, talvez a impaciência impeça sua compreensão, mas agora tanto faz, já não importa.

O estrago foi feito. Contudo, tenho uma mania irritante de querer fazer as pazes. Coisa de gente que precisa de aprovação. Não tenho pudor de assumir insegurança e carência – conheço o material de que sou feita e sei que as fragilidades é que dão suporte à minha coluna vertebral. Sem elas, não seria capaz de ficar em pé.

Quero abrir aqui uma bandeira branca que despeje paz nesse ponto final. Quero ficar de bem porque, a despeito das agressões, só consigo querer o bem de quem um dia foi meu bem e me fez bem.

Não posso tomar cerveja com você, ainda não. Se eu for, corro risco de recaída e aí todo esse trabalho para te tirar de mim iria por água abaixo. Uma hora vai dar, agora, não.

Para terminar, te dedico um poema – o último. É Mario Quintana (gostaria que fosse meu) e traduz com precisão impressionante tudo o que eu não consegui te fazer entender sobre mim. Sem esperar que entenda agora, seguem os versos:

"Por favor não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise profunda
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeito amor."

7 comentários:

Anônimo disse...

Rê, o trecho "Não me corte em fatias / Ninguém consegue abraçar um pedaço" é divino. Cem pontos para ti.

Rê Piza disse...

Fabinho, cem pontos pro Quintana...bem queria eu ter escrito o poema!
Bjoca

Anônimo disse...

Ui-ui-ui! Passei aqui, rezita!
Beijo, querida!

Anônimo disse...

só pq disse pra ti que não sou ciumento....pelo menos temos tomado cerveja ultimamente.

Mariana disse...

Caramba... Se tivesse lido esse poema antes, teria tb enviado em meio a algumas verdades que disse a um certo alguém, há algum tempo. Ele é perfeito!
Bjo.

KImdaMagna disse...

" Fazer as pazes?"
Quase sempre negativo.
Prova de que nos envolvimentos sentimento/ amorosos (?) nos amamos ( o Narciso), queremos mesmo é fazer dos outros nosso reflexo.

Por isso mesmo " me envolva todo " é o caminho a seguir.

Ficionado ou real seu texto toca na "mouche".
Reforço meu elogio a você que vê luzes na escuridão.

A seu lado não fico só.

Abraço

Kim

Rê Piza disse...

, ui! messsmo. Quero te ver ainda este ano, será que dá? Bjoca!!

Certeiro, curto e fino, né, Mariana?! Quintana era de outro planeta...o velhinho tinha o dom de dizer muito em poucas e simples palavras. Eu também teria mandado esses versos em meio a algumas verdades que andei soltando a alguém há pouco tempo...pena que os descobri depois.
Bjocas! ;)

Total Narciso, Kim. É quando se busca a auto-aprovação na aprovação do outro... Mas quem está em segurança das próprias armadilhas? Devagar a gente aprende...sempre!
Beijo grande, querido! ;)

Com Du já conversei, né? Tomamos, sim, cervejas. Bjoca!