Sentei-me, cansada de discussões via MSN e e-mail. Se bater boca cara a cara é desgastante demais, por escrito me dá preguiça.
Cansei de tentar me fazer entender e acabar frustrada por suas interpretações errôneas. Talvez eu não tenha capacidade de explicar o que sinto, talvez a impaciência impeça sua compreensão, mas agora tanto faz, já não importa.
O estrago foi feito. Contudo, tenho uma mania irritante de querer fazer as pazes. Coisa de gente que precisa de aprovação. Não tenho pudor de assumir insegurança e carência – conheço o material de que sou feita e sei que as fragilidades é que dão suporte à minha coluna vertebral. Sem elas, não seria capaz de ficar em pé.
Quero abrir aqui uma bandeira branca que despeje paz nesse ponto final. Quero ficar de bem porque, a despeito das agressões, só consigo querer o bem de quem um dia foi meu bem e me fez bem.
Não posso tomar cerveja com você, ainda não. Se eu for, corro risco de recaída e aí todo esse trabalho para te tirar de mim iria por água abaixo. Uma hora vai dar, agora, não.
Para terminar, te dedico um poema – o último. É Mario Quintana (gostaria que fosse meu) e traduz com precisão impressionante tudo o que eu não consegui te fazer entender sobre mim. Sem esperar que entenda agora, seguem os versos:
"Por favor não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise profunda
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor
Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeito amor."