19 de novembro de 2007

curtas
01

Risquei mapa para me desfazer dos teus restos.
Dispersei-os.
Haverá de se perder em meu caminho de volta, para sempre
inverso a encontrar-me.

4 comentários:

Anônimo disse...

Os restos sempre ficam, Rê, e são eles que atrapalham todo o resto por vir...

Rê Piza disse...

Pois é, Edu. Talvez uma saída seja desfazer-se dos próprios restos, assim vão-se tb os restos alheios que ficaram em nós. Complicado pra cacete, né?!!
Beijão!

KImdaMagna disse...

A recepção do discurso como problema latente.
O poder do silêncio e o silêncio do poder, nesta inversão,
reconhece-se a problemática da recepção-
há na verdade uma insatisfação linguístico-social
sempre marcando os nossos caminhos.
A palavra escrita é por assim dizer uma petrificação da palavra falada.
O grotesco , a dor, o mal, a morte podem-se apresentar como focos
geradores de harmonia .
A tua escrita ( claro que estive ,sorvendo os teus “ditos” por aqui) conseguiu
assim avivar em mim este absorvente binómio = palavra/silêncio.
A capacidade do relato do imediatismo real, o dia a dia,
as pálpaveis relações humanas, admiro os seres que ( como Tu) conseguem relativizar a quão ténue linha que separa a ficção do realismo. Às vezes nem a linha vejo.
O silêncio habita a escritura e tu revelas capacidades para te fazer ouvir.
-Te lendo enriqueci me-
Postei-me neste ("curtas" ) por ser exemplo exímio do que afirmo.
“O pouco a dizer muito”

Xaxuacho ( sussuro que toca) são os meus beijos/abraços

KimdaMagna ás vezes Kimang outras Kimangola
www.kimdamagna.blogspot.com

Rê Piza disse...

Kindamagna, fico emocionada com tuas palavras, profundamente...nem sei se as mereço. Muito obrigada e saiba que nunca me senti tão estimulada a continuar meus exercícios ficcionais quanto com sua frase "te lendo, enriqueci-me". Forte! Obrigada mais uma vez.
Xaxuacho pra você! ;)