Dave Matthews Band. O clipe aí de cima é de “Ants marching” e foi gravado no Central Park, não sei quando.
Eu, que sou menos globalizada, vi os caras pelas bandas de cá mesmo, no Rock in Rio de 2001. Acabou de fazer sete anos e não me esqueço do show! Tocaram no mesmo dia que Neil Young, antes dele fechar a noite.
Nesse clipe, o vocalista (que dá nome à banda) arrisca uns agudos e desafina...mas ele pode, nem dói o ouvido. Vale prestar uma atenção especial no baterista, Carter Beauford, que manda muito bem. E a letra vai copiada aí embaixo, “Ctrl C / Ctrl V” do site oficial. Hope you enjoy...
He wakes up in the morning
Does his teeth bite to eat and he's rolling
Never changes a thing
The week ends the week begins
She thinks, we look at each other
Wondering what the other is thinking
But we never say a thing
These crimes between us grow deeper
Goes to visit his mommy
She feeds him well his concerns
He forgets them
And remembers being small
Playing under the table and dreaming
Take these chances
Place them in a box until a quieter time
Lights down, you up and die
Driving in on this highway
All these cars and upon the sidewalk
People in every direction
No words exchanged
No time to exchange
And all the little ants are marching
Red and black antennas waving
They all do it the same
They all do it the same way
Candyman teasing the thoughts of a
Sweet tooth tortured by the weight loss
Programs cutting the corners
Loose end, loose end, cut, cut
On the fence, could not to offend
Cut, cut, cut, cut
Take these chances
Place them in a box until a quieter time
Lights down, you up and die
25 de fevereiro de 2008
"Ants Marching"
20 de fevereiro de 2008
18 de fevereiro de 2008
Tenham todos uma ótima semana!
Desenho: Marcel Gotlib e Alexis*
revista Piauí, fev. 2008
"A dama das Camélias" - parte 2, p. 60
*desenhistas, publicaram a adaptação
do livro de Alexandre Dumas Filho
na revista Pilote.
16 de fevereiro de 2008
Perturba-se?
Que coisa, um nome assim curtinho, rápido: “arte”...faz parecer fácil materializar as perturbações, embelezá-las.
Nietzsche, Van Gogh, H. Bosch, Beethoven, Baudelaire, Pagu, Picasso, Tom Jobim, Vinícius, Billie Holiday, Elis, Andy Warhol, Machado, Lispector, Nelson Rodrigues, Sylvia Plath; Kurt Cobain, o trio Jimmy, Janis e Jim; Tom Zé, Rita Lee, Cazuza, Münch etc. etc. etc.
Se o cara não chegar ao estado de perturbação, precisa ao menos ser exagerado*. Sacanagens de primeira, bares, noites, paixões e ópios entremeados pela inspiração.
No fim, submerge. (Depois, recomeça tudo, mas sempre há fins e em cada um deles submerge.)
Porque transmutar exagero em arte exige concentração, demanda alguma solidão e muito empenho.
* Todo perturbado/exagerado tem potencial artístico, mas nem todo artista é perturbado/exagerado, e nem todo perturbado/exagerado transforma o que sente em arte.
11 de fevereiro de 2008
Porqué esperar para cambiar?
En el mundo habrá un lugar
para cada despertar
un jardín de pan y de poesía
Porque puestos a soñar
fácil es imaginar
esta humanidad en harmonía
Vibra mi mente al pensar
en la posibilidad
de encontrar un rumbo diferente
Para abrir de par en par
los cuadernos del amor
del gauchaje y de toda la gente
Qué bueno che , qué lindo es
reírnos como hermanos
Porqué esperar para cambiar
de murga y de compás.
Gotan Project - Diferente
(Eduardo Makaroff)
7 de fevereiro de 2008
Estudante afegão é condenado
à morte por fazer pensar
Esse menino aí na foto tem 23 anos e é estudante de jornalismo. Se ele vivesse em qualquer outro lugar que não o Afeganistão seria mais um universitário encantado com as possibilidades que o debate de idéias proporciona.
Acontece que ele é afegão e por isso – só por isso – foi condenado em 22 de janeiro à pena de morte após distribuir aos colegas de classe na Balkh University um artigo que põe em debate os argumentos dos fundamentalistas, que usam passagens do Alcorão para justificar a opressão aplicada às mulheres afegãs. O texto questionaria a poligamia e afirmaria que os muçulmanos ultraconservadores só encontram tal justificativa por manipularem as palavras do profeta Maomé, forjando a interpretação "oficial".
O rapaz, Sayed Pervez Kambaksh, distribuiu o artigo a colegas e professores com o intuito de provocar o debate sobre o tratamento dispensado às mulheres no Afeganistão. Foi o suficiente para, sem mais nem menos, ser levado por autoridades supostamente defensoras do islamismo, preso e condenado à morte – tudo isso sem direito de defesa.
Grupos de direitos humanos ligados à ONU, organizações jornalísticas e diplomatas ocidentais já apelaram às autoridades afegãs para que anulem a pena de morte, mas o Senado do país não arredou pé.
O jornal britânico The Independent levantou bandeira em prol da revisão da pena (a matéria original, publicada em 31 de janeiro, pode ser vista aqui). Montou um abaixo-assinado no site que pode salvar a vida desse cara codenado por tentar fazer pensar. Segundo o The Independent, a execução de Sayed Pervez Kambaksh ainda pode ser revertida desde que haja suficiente pressão internacional sobre o presidente afegão, Hamid Karzai.
É bom lembrar que esse absurdo está acontecendo em um Afeganistão que, em tese democrático, deveria no mínimo se mostrar menos totalitário seis anos depois de “liberto” da insanidade taleban. Que o mundo está do avesso não é novidade, mas daí a matar uma pessoa que só quis levantar um questionamento é loucura demais, é maldade demais.
Quem contribuir com esse abaixo-assinado estará fazendo um bem para a humanidade. Só milhares de Sayed´s podem mudar o rumo da História afegã. Assina, vai? Basta colocar nome, e-mail e país.
A notícia atualizada pode ser vista aqui, na FOL desta quinta, dia 7.
*Imagem: Reuters
1 de fevereiro de 2008
Sorri, colombina
Saiu para pular o carnaval com coração de colombina que se perdeu do pierrô. O sorriso é parte da fantasia. Corpo e alma calibrados, caminha rumo à avenida.
Cada lantejoula, cada pedacinho de cetim com paetê rosa e branco, tudo nela foi minuciosamente arranjado para que ficasse perfeito, da maquiagem profunda às pestanas postiças.
De samba decorado e espírito embriagado toma seu lugar no enredo. Nessa hora – só nessa – brinca que o pierrô perdido já não mais existe senão no passado.
Segue a bateria para saturar a alma, para deixá-la por instantes sem espaço para mais nada além da percussão.
Roda, gesticula, sorri para a arquibancada um sorriso para ninguém. Quem olha vê a alegria encarnada na colombina a carnavalizar.
Melhor assim. Não quer revelar que em verdade só pisou na avenida para não lembrar.